Acre

"RESISTÊNCIA"

A Arte é inerente ao humano, é o que nos dá uma identidade, a sensibilidade que transita da mimese à verossimilhança e nos impacta e emociona. A exposição Resistência, concepção de Ueliton Santana e curadoria de Rosilene Nobre, discute a relação entre a importância de exposições de arte e a ausência de espaços públicos destinados a esse fim, garantindo a manifestação da cultura de um lugar e do mundo.

De ateliês, que geralmente são lugares de solidão, de reflexão e de devaneios poéticos, ao cruel drama vivido pela maioria dos artistas acreanos: “onde e para quem expor?”.

Porém, sabe-se o verdadeiro sentido de fazer: manter a arte e o exercício do pensamento sempre em busca de novas proposições e perspectivas.

A montagem da exposição interconecta obras de artistas por meio de suas técnicas distintas, designando um confronto de perspectivas múltiplas e interpretações contextuais, problematizando a polarização de espaços e temas pré-estabelecidos, respeitando o universo de cada um, além de evitar modelos prefixados e negociar a ocupação de um espaço compartilhado, fugindo de recortes e temáticas referenciais.

Este trabalho coletivo é uma forma de expor desenhos, objetos, performances, instalações, pinturas, vídeos e esculturas de artistas locais que participam constantemente da construção e criação da Arte e cultura acreana, propondo o questionamento e a desconstrução de uma temática linear, levando a várias intenções e interpretações sobre suas obras.

Desvalorização é o que vivenciamos. Alguns resistem...

Entretanto, é inaceitável o silêncio.

O artista produz independente de espaços artísticos culturais, pois a cidade, com sua dinâmica, se converte em um reflexo do mundo e o artista, atento a isto, utiliza-a como meio de reflexão das relações entre o sujeito e a realidade.

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Rosilene Nobre, curadora